Marketing desfocado

O objetivo do ano é construção de marca, mas ainda estamos timídos e perdidos.

Curiosidade da semana: Sabia que 42% dos CMOs preferem se atualizar por blogs e newsletters? ¹

NESTA EDIÇÃO.

Dados: Objetivo do ano: reconhecimento de marca. // O que funciona no LinkedIn?
Novidades: Novos recursos do TikTok, Instagram e Whatsapp
Insight: Marketing desfocado: afinal pra que serve o marketing? Diferentes objetivos para diferentes fases da empresa.

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PARCEIRO #M15 EM DESTAQUE:

No próximo sábado (26), acontece o Wellness Day da Makers, a rede de CMOs mais relevante do Brasil. As inscrições estão abertas, mas são exclusivas para membros. No ano passado foram 90 lideranças de marketing no Parque Ibirabuera.

DADOS.

Objetivo do ano: Reconhecimento de Marca.

O estudo “Marketing Shots”, organizado pela Faster, em parceria com a Exame, Growth Insight e o #M15; traz muitos dados relevantes sobre o cenário brasileiro — mas um ponto se destacou para mim: o fortalecimento de marca é o foco nº 1 dos profissionais de marketing este ano.

🔷 Brandformance empatou com Inteligência Artificial como a principal tendência de 2025 (58%).

🔷 O principal objetivo de investimento (72%) é:
"Fortalecer a presença da marca e a autoridade no mercado."

E mais: esse objetivo lidera em todas as táticas analisadas no estudo:

Tática

Objetivo 1

Objetivo 2

Objetivo 3

Redes Sociais

Fortalecer marca (42%)

Diversificar canais (31%)

Canais mais eficientes (28%)

Mídia Paga

Fortalecer marca (39%)

Priorizar por ROI (31%)

Diversificar canais (27%)

Eventos

Fortalecer marca (36%)

Diversificar canais (29%)

Canais mais eficientes (19%)

Conteúdo

Fortalecer marca (36%)

Diversificar canais (30%)

Canais mais eficientes (24%)

SEO

Fortalecer marca (34%)

Diversificar canais (27%)

Priorizar por ROI (26%)

Se você quer entender por que esse movimento está acontecendo, a gente já falou sobre isso no ano passado. Vale revisitar.

Como usar esta notícia: Você já trabalha performance de marca, fazendo Brand Trackings com frequência? Se não, é hora de começar (se você for uma marca de médio ou grande porte, claro).

 Company Pages estão (meio que) renascendo.

O LinkedIn virou um festival de postagens diárias — e com isso, a qualidade do feed despencou. Todo mundo tentando engajar, mas nem sempre com algo a dizer.

No meio dessa enxurrada, as Company Pages, que até então eram praticamente mortas em interação, começaram a dar sinais de vida. Um novo estudo¹ analisou quase 600 mil posts de 50mil páginas, e mostra algum crescimento.

Porte

Impressões

Interações

Pequeno

+22% ★

+16%

Médio

+6%

+20%

Grande

–2%

+11%

Muito grande

+9%

+45% ★

Apesar do crescimento, os números ainda são baixos:

Tipo de Post

Média de Impressões

Média de Engajamento

Texto

480

6

Imagem Única

766

6

Múltiplas Imagens

1.152

29

Carrossel (Documento)

1.726

46 ★

Enquete

5.549 ★

4

Vídeo

1.196

5

Como usar: Ainda mantenho minha opinião de que Company Pages são apenas para empresas muito grandes, que trabalham Employer Branding. Concorda?

OPINIÃO.

Esta edição do Marketing Shots marca um avanço importante. Reformulamos o estudo para torná-lo ainda mais estratégico.

O que os dados mostram confirma o que já vemos no dia a dia: Pressão por resultado, cortes de orçamento, adoção acelerada de tecnologia e, principalmente, uma urgência por eficiência estão mudando a lógica de como as equipes são estruturadas e os investimentos são feitos.

Na minha visão, a tendência é clara: empresas cada vez mais seletivas com o que mantêm dentro de casa e mais abertas à terceirização de funções especializadas. Não dá mais para escalar com estruturas inchadas e times sobrecarregados. O cenário exige foco, agilidade e inteligência na alocação de recursos — e isso passa por encontrar o equilíbrio entre controle e colaboração externa. Fazer mais com menos não é só um discurso, é a nova realidade.

Vitor Felipe, CEO Faster

NOVIDADES.

 

CHARGE.

INSIGHT.

Afinal, qual é o objetivo do marketing?

Se você perguntar para uma IA (eu testei), ela provavelmente vai dizer algo como:
“Fortalecer a marca e gerar demanda” ou “Gerar crescimento sustentável para o negócio.”

Eu concordo. Mas isso está longe de ser consenso.
E essa falta de alinhamento sobre o papel do marketing tem custado caro:
o marketing está perdendo espaço estratégico e se tornando um subordinado do time de vendas.

O foco muda conforme o nível de liderança

Às vezes esquecemos que o objetivo do marketing depende da senioridade, da maturidade da função e do porte da empresa.

No novo estudo Marketing Shots, vimos como as prioridades mudam conforme o cargo:

Posição

Alta Liderança

Gestão Estratégica

Gestão Operacional

#1

Vendas (86%) ★

Vendas (75%) ★

Marca (72%) ★

#2

Marca (57%)

ROI (58%)

Vendas (69%)

#3

Expansão (43%)

Expansão (50%)

Expansão (44%)

Curiosamente, quem está mais próximo da operação se preocupa mais com marca do que a alta liderança. Mas deveria ser assim? Ou estamos apenas reagindo à pressão do dia a dia? É possível notar que há uma tensão neste foco, já que o principal objetivo de investimento declarado foi “Fortalecer e aumentar reconhecimento de marca” (72%). Afinal, o foco em marca, está ou não está voltando?

A treta do marketing que você talvez não conheça

Já falamos por aqui sobre o Byron Sharp (que eu apelidei de futuro Kotler) e como suas ideias vêm moldando uma nova era do marketing. Uma das teses mais discutidas do seu grupo é: Diferenciação de marca não importa tanto assim.

Mas o que eu nunca contei aqui ainda é que existe um grupo de pesquisadores que foi além — questionou essas premissas e trouxe novas evidências.

O que realmente importa em cada fase da marca?

No estudo liderado por Koen Pauwels (que tem questionado os questionamentos do sharp), os pesquisadores mostraram que o que impulsiona o crescimento depende do estágio e do porte da marca. 

  • Marca Pequena & Emergente → precisa encontrar um ponto de diferenciação.

  • Marca Pequena & Estabelecida → precisa aumentar o awareness, ser mais conhecida.

  • Marca Grande & Emergente → precisa equilibrar os três pilares: notoriedade, satisfação e diferenciação.

  • Marca Grande & Estabelecida → o mais importante é manter a satisfação. Ou seja: reter clientes e evitar perda para os desafiantes.

Esse estudo foi publicado em 2022, mas já em 2018, no meu primeiro livro, eu propus algo muito parecido: uma teoria empírica chamada “A Torre de Marketing” que dizia exatamente isto.

Se o objetivo do marketing muda com o tempo, a pergunta que deveríamos estar fazendo não é “qual o objetivo?”, mas sim:
“Neste momento, para esta marca, o que realmente move o ponteiro?” Porque só com essa clareza o marketing volta a ser um motor estratégico — e não só um braço executor.

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