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Marcas Endêmicas
Uma análise das campanhas PMax e do uso de mídias sociais nos EUA, as principais atualizações do Google, Microsoft Ads e WhatsApp, e um insight sobre como marcas endêmicas se relacionam com territórios culturais no branding.

Curiosidade da semana: O Tinder agora deixa você dar match e flertar com IAs. ¹
NESTA EDIÇÃO.
Dados: Análise de campanhas PMax. Uso de mídias Sociais nos EUA.
Novidades: Novos recursos do Google, Microsoft Ads, Whatsapp e +
Insight: Marcas endêmicas e territórios de marca.
🎧️ Ouça a versão em áudio, e fique conectado até de olhos fechados
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DADOS.
◯ 3 anos de PMax: 76% da verba é dele.
A pesquisa “State of PMax 2025” ¹ , analisou 4.000 campanhas de varejo realizadas na PMax do Google. E chegou nas seguintes conclusões:
76% da verba de varejo para Google Ads é investida em PMax
As empresas esperam ter um ROAS de 6x.
O ROAS real fica entre 5,7x e 6,96x
Conversão média é de 2,1%
Cada campanha, precisa no mínimo de 30 conversões por mês para “treinar o algoritmo”.
Menos de 6% das contas usam a opção "Maximizar valor de conversão".
Essa opção custa 50% a mais, mas faz o valor por pedido subir quase 5 vezes.
Como usar esta notícia: 90% dos anúncios do PMax são baseados no feed de produtos e focam em conversão — ou seja, atingem clientes que já estão prontos para comprar (fundo de funil).
Por isso, combine com campanhas Demand Gen para alcançar também o topo e o meio do funil. Ajuste a proporção conforme seu objetivo.
◯ Nos EUA, mídias sociais são vitrines.
Já comentamos por aqui que apenas 1 a 7,5% dos consumidores seguem as marcas que consomem. A pesquisa The Social Pulse 2025 ¹ mostra que, nos Estados Unidos, as redes sociais têm um papel fortemente promocional.
Por que as pessoas seguem marcas?
64% para ver promoções
58% por entretenimento
57% para saber sobre lançamentos
Como as pessoas compram?
51% já estavam interessados no produto
60% compram por causa de uma promoção
E não é só conteúdo:
Mais de 1 em cada 3 consumidores espera uma resposta em até 1 hora após enviar uma mensagem ou marcar a marca nas redes sociais.
Como usar esta notícia: Desde que entramos no pós-social, as marcas precisam repensar como usam as mídias sociais. Para marcas de consumo transacionais, o modelo americano pode ser interessante.
OPINIÃO.

Rafael Kiso, CMO mLabs
Infelizmente, as empresas ainda enxergam as redes sociais como vitrines — principalmente o Instagram. E, ao pensarem dessa forma, acabam colocando seus produtos e serviços em uma prateleira com um cartaz de "compre 3, leve 4", esperando que as pessoas entrem, acreditando que o Instagram é o maior shopping do momento. Só que o fato é que, ao entender a plataforma como uma vitrine, você acaba fazendo panfletagem digital: criando posts apenas com propagandas de produtos e ofertas, o que, na prática, faz com que você venda menos, e não mais, já que o engajamento tende a ser inferior ao alcance orgânico. As marcas precisam compreender que as plataformas de mídias sociais são sociais! São sobre pessoas, relacionamento, diálogo, conversa. Por isso, é fundamental que as marcas se comportem como pessoas — assumindo uma brand persona, interagindo (principalmente com os clientes), gerando prova social e construindo relacionamentos mais sólidos. Afinal, o objetivo final não é apenas vender mais, mas transformar o cliente em um produtor de marca por meio dessas plataformas. É essa a chave que as marcas precisam virar: entender que, se quiserem fazer propaganda, tudo bem — mas que isso deve ser feito por meio de campanhas de mídia paga, acompanhadas de conteúdo de valor, que crie ou entre em conversas nas mídias sociais.
NOVIDADES.
Google indexa seus emails marketing (mas você precisa permitir) →
Microsoft Ads permite você usar segmentação do LinkedIn em outros canais →
Substack, a rede de newsletters, se rende aos videos curtos →
Google vai mostrar “notícias sugeridas” no desktop. Isso pode gerar mais tráfego.
Google limita anúncios repetidos para evitar vantagem injusta em buscas →
Whatsapp começa a internalizar função de mensageria para negócios →
Google lança novo protocolo para Agentes de IA →
Canva lança IA para criar artes editáveis →
CHARGE.
INSIGHT.

O que é uma marca endêmica?
Endêmico é um termo que vem da ecologia, significa uma espécie que é encontrada só em uma região. Nos últimos anos, tenho visto o termo ser usado para estratégia de marketing.
Começou nos e-sports, nesse caso, as marcas endêmicas são aquelas que fazem parte natural do ecossistema gamer, por exemplo, hardware, periféricos, jogos, plataformas de streaming. Já as não-endêmicas são marcas que não têm ligação direta, por exemplo, refrigerantes.
Podemos dizer então, que marcas endêmicas, são aquelas que são realmente consideradas como parte daquela comunidade, ou naturais daquele território cultural.
Também tem sido usado em Retail Media: um anúncio endêmico, é o anúncio que direciona para própria plataforma. Enquanto o não-endêmico, que direciona para uma plataforma externa.
Mas ser endêmico, importa?
Um estudo¹ mostrou que marcas altamente endêmicas podem gerar até 13,7% mais atitude positiva do que marcas não-endêmicas. Mas o mesmo estudo também revelou que essa relação não é linear — marcas que são conhecidas na comunidade, mas “forçam a barra” podem ter resultados menores do que marcas desconhecidas. Ou seja, mais importante do que ser endêmico, é reconhecer qual o seu papel naquele território e criar uma mensagem que seja percebida como legítima.
Isso reforça o que dizem as principais teorias cognitivas: para que uma mensagem seja aceita e lembrada, ela precisa partir de algo que a audiência já acredita — e, então, trazer um complemento novo e relevante. Não adianta, por exemplo, dizer que um energético é "gamer" se os gamers sabem que não é.
Nível Endêmico | Atitude em Relação à Marca (1–7) | Variação em relação ao Baixo (%) |
---|---|---|
Baixo | 3,93 | -- |
Médio | 4,02 | +2,3% |
Alto | 4,47 | +13,7% |
Territórios Culturais e Branding
O branding contemporâneo tem valorizado cada vez mais a definição de territórios culturais — e com razão. Afinal, por exemplo, marcas de cerveja diferentes podem ser associadas a contextos distintos: uma é lembrada na praia, outra no churrasco, outra nos festivais de música. Raramente uma única marca ocupa todos esses espaços com a mesma força.
Eu vejo essa metáfora de “território” como uma herança do pensamento de Al Ries, que dizia que as marcas devem ocupar um espaço na mente do consumidor — muitas vezes usando analogias de guerra para descrever essa disputa.
Mas, vejo sendo usado de forma cada vez mais rasa. O que era pra ser uma construção estratégica virou, em muitos casos, apenas uma lista de temas com os quais a marca deseja se associar — sem considerar legitimidade, pertencimento ou relevância real dentro daquele território.
Gosto da analogia com a ecologia para pensar o papel das marcas nos territórios culturais . No nicho de e-sports, o paralelo com populações endêmicas faz bastante sentido: trata-se de um grupo isolado, com comportamentos e códigos próprios.
Na próxima vez que formos mapear o território cultural de uma marca, que tal dar um passo além e refletir: qual é, de fato, a relação dessa marca com o território?
Já que estamos utilizando o termo endêmico, eu acho que faz sentido expandirmos a metafóra para outros tipos de relação territorial. Ela é nativa? Exótica? Invasora? Ou apenas uma presença rara, mas legítima? Essa camada extra pode trazer mais clareza e precisão para suas decisões de posicionamento. Fiz uma analogia baseado nos termos da ecologia.
Tipo de População | Definição (Território Cultural) | Exemplo de Marca |
---|---|---|
Endêmica | Marca profundamente enraizada em um território cultural específico. | Twitch na comunidade gamer. |
Nativa | Marca que nasceu em um território, mas pode se expandir para territórios próximos. | Vans no skate, hoje também presente na moda urbana. |
Exótica | Marca que vem de fora de um território, mas tenta fazer parte dele. | A adoção de relógios Cartier no Hip Hop. |
Invasora / Viral | Marca de fora que entra de forma agressiva. | Red Bull no território dos esportes radicais. |
Cosmopolita | Marca que transita por múltiplos territórios com fluidez | Coca-Cola, McDonalds. |
Rara | Marca presente em um território, mas com pouca frequência. | Lego que faz parcerias em diversas áreas de entretenimento. |
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