NOVO "FUNIL" DO GOOGLE: 4S

Conheça mais sobre esse novo modelo.

Curiosidade da semana: Infelizmente, só 12% das cadeiras de conselho no Brasil são ocupadas por mulheres

NESTA EDIÇÃO.

Dados: Programas de Fidelidade // 20 anos de resultados de marketing
Novidades: Novidades na Amazon, Google e Youtube
Opinião: Funil de marketing no B2B
Insight: Entenda o 4S, novo modelo de “funil” do Google.

#PUBLI

Nesta quinta, vou estar com o Vitor Felipe, CEO da Faster e Cauê Antunes do Mercado Pago falando sobre estratégias multicanal. Nos vemos lá?

DADOS.

Mais que pontos: programas de fidelidade no Brasil

O estudo “Panorama do Mercado de Loyalty” ¹ mapeou o comportamento de mais de dois mil brasileiros em relação aos programas de fidelidade. Ele revela um retrato completo da jornada. Segundo o estudo, 78% dos consumidores preferem comprar em locais onde estão cadastrados.

🔷 O que mais atrai: 73% valorizam a facilidade de acumular pontos.

🔷 Onde conhecem: 46% descobrem os programas por anúncios em redes sociais.

🔷 Onde se aprofundam: 61% leem as regras diretamente no site ou aplicativo.

🔷 O que afasta: 47% desistem pela dificuldade de acumular pontos.

Dentre os tipos de programa, o de fidelidade com parcerias é o que mais atrai:

Tipo de Programa

Preferência (%)

Fidelidade com parcerias – Acúmulo e uso de pontos em diversas marcas e setores. Exemplos: Livelo, Esfera.

40%

Programa de Pontos – Sistema tradicional de acúmulo de pontos que podem ser trocados por produtos, serviços ou passagens. Exemplos: Smiles.

25%

Programa de Cashback – Parte do valor da compra retorna ao cliente em dinheiro ou crédito. Exemplos: Méliuz, C6 Átomos, Shopee Cashback.

17%

Descontos Exclusivos – Oferece descontos diretos ou vantagens para membros pagantes. Exemplos: Amazon Prime, Clube Smiles, Clube iFood.

12%

Recompensa por Níveis – Benefícios crescem conforme o status do cliente. Exemplos: Mercado Pontos, Átomos Magalu.

6%

Como usar: Os dados são ótimos para quem pretende implementar um programa de loyalty.

Marketing dá resultado de negócios: 20 anos de dados podem provar

O “Kantar BrandZ” ¹ completa 20 anos com um argumento cada vez mais sólido para CMOs: marketing dá retorno e reduz risco. Mais que um ranking, o relatório de 2025 traz evidências quantitativas da importância estratégica de marcas para o crescimento sustentável da empresa.

🔷 Marcas fortes crescem mais que o mercado:
Nos últimos 20 anos, as marcas do Top 100 cresceram +435% em valor, enquanto o S&P 500 cresceu +353% no mesmo período. Ou seja, marcas fortes geraram 23% mais crescimento do que o índice que representa as maiores empresas da bolsa americana.

🔷 Marcas fortes se recuperam mais rápido:
Durante períodos de instabilidade, as marcas mais valiosas do BrandZ perderam 28% menos valor que o S&P 500 (queda de -34% vs -47%) — e se recuperaram 2,2x mais rápido após a crise.

🔷 Disrupção cria mais valor:
Nos últimos 20 anos, 71% do crescimento no valor das 100 marcas mais valiosas veio de marcas disruptivas — que adicionaram US$ 6,6 trilhões ao ranking desde 2006.
As marcas estabelecidas contribuíram com os 29% restantes.

🔷 Ser diferente faz crescer :
Entre 2006 e 2025, marcas sem diferencial claro cresceram, US$ 4,7 bilhões em valor.
As que eram percebidas como diferentes, mas não necessariamente significativas, cresceram US$ 8,5 bilhões69% a mais. Mas o maior salto vem da combinação: marcas diferentes e significativas cresceram US$ 12,3 bilhões, quase 2,6x mais que as marcas sem diferencial.

Como usar: Guarde estes dados para provar o valor do marketing nos negócios.

MARKETING VOICES.

Gabriel Barboza e David Costa Lima,
Founders da B2B Insiders

A jornada de compra nunca foi linear e sempre foi confusa; o funil surgiu para colocar algum tipo de lógica e tornar esse caos um pouco mais compreensível. É quase como rodinhas de bicicletas para crianças.

No entanto o que deveria só servir como lógica perverteu a forma como profissionais de marketing distribuem conteúdo. A busca passou a ser tentar guiar a jornada saindo do topo, passando pelo meio e terminando no fundo. Ninguém compra assim.

A distribuição precisa prever a não-linearidade: plantar contexto, educar, qualificar e gerar confiança sem tentar construir a jornada, mas compreendendo-a, lendo sinais de intenção, dando liberdade e alimentando a lógica de uma jornada dark, com vários pontos cegos que continuarão existindo, quer marketeiros queiram ou não.

NOVIDADES.

 Agora a Amazon também vai lançar anúncios contextuais. — Praticamente todas as plataformas anunciaram essa novidade para 2025.

Meta expande acesso ao “Opportunity Score” para mais anunciantes — recurso faz uma classificação automática do lead.

Google anuncia o “Material 3”. — Novo padrão de design começa a abandonar o minimalismo.

YouTube lança anúncios interativos para CTV. — novo formato permite realizar ações sem interromper streaming.

Airbnb anuncia novo posicionamento estratégico. — Agora focado em experiências.

CHARGE.

BIG IDEIA.

Eu sei. Você já deve ter esbarrado por aí no novo modelo de “funil” do Google+BCG. Mas ainda não teve tempo de entender a fundo. Acertei? Você não está sozinho: as informações ainda são escassas. Fizemos um primeira leitura para te apresentar o tema.

Você deve ter visto estes gráficos do Google circulando por aí nos últimos dias.

Mas antes, o Funil nunca foi um só…

O funil é um bisavô centenário. Ao longo do tempo, vários autores criaram suas próprias versões — cada uma influenciada pelo contexto. Por isso, pode ter significados diferentes, para diferentes pessoas. Aqui uma tabela, que considero como os principais modelos e evoluções:

Ano

Autor

Conceito e contribuição

1898 (?)

atribuido a Lewis ¹

AIDA – Estrutura clássica de Atenção, Interesse, Desejo e Ação. Base para todos tipos de mensagem comerciais até hoje.

1920

Townsend

Provavelmente foi o primeiro a colocar a metafora visual do funil no modelo AIDA ²

1961

Lavidge e Steiner ³

Mudou para o ponto de vista da marca / mercado (Consciência → Conhecimento → Gostar → Preferência → Convicção → Compra). Ótima escala para medir Brand Awareness.

1966

Schwartz 4

Copywriter que criou padrões de comunicação para cada nível de consciência do consumidor.

Anos 2000+

Inbound

TOFU–MOFU–BOFU – Estrutura de conteúdo baseada em intenção de busca do consumidor.

Novo hábito de consumo: os 4S.

Nos últimos anos, o Inbound Marketing se tornou o modelo dominante — hoje, 91% das empresas brasileiras já o utilizam (Panorama RD, 2024). Esse modelo surgiu em um contexto onde a busca ativa era o principal comportamento de consumo: Você tinha uma dúvida? Ia ao Google. Queria comprar algo? Também.

A busca já não é mais a rainha da jornada de consumo. E o mais curioso é que quem está tentando nos alertar sobre isso é justamente o Google.

  • Em 2020 lançaram o artigo sobre “Messy Middle” 5;

  • Em janeiro de 2025, a BCG publicou um artigo intitulado “It’s Time to Move Beyond the Linear Funnel” 6, propondo trocar o funil por “mapas de influência”

  • Em março, o Google publicou no mundo um artigo 7 falando sobre o modelo da BCG e incentivando o uso.

  • E em abril, o tema ganhou ainda mais força com o evento presencial do Think with Google.

O modelo propõe três principais momentos de comportamento, além da busca:

  • Scrolling → O consumidor está navegando passivamente, descobrindo sem intenção explícita.

  • Streaming → Está consumindo conteúdos de interesse, mesmo sem buscar ativamente.

  • Searching → Aqui sim, ele realiza buscas ativas por temas e soluções.

  • Shopping → Já está em modo de compra, comparando e decidindo.

A mensagem por trás desse modelo é clara: A jornada não acontece mais só pela busca. O consumo de conteúdo, a influência dos algoritmos e os feeds infinitos remodelaram a jornada — e, com isso, o marketing também precisa se adaptar.

Como usar os “Mapas de Influência”

A ideia central é que, em breve, os Mapas de Influência sejam gerados por IA. O próprio Google provavelmente já está adaptando seus produtos para essa lógica.
É dificil saber como o modelo de fato funciona. De forma conceitual, parece que eles são feitos assim:

  1. Mapeie todos os pontos de contato entre cliente e marca.

  2. Avalie cada ponto de contato com base em dois critérios principais:

    • Influência: o quanto esse ponto realmente pesa na decisão de escolha de marca?

    • Alcance: quantas pessoas prestam atenção nesse canal — e qual é o nível de presença de outras marcas?

  3. Crie uma matriz (nos moldes da Matriz BCG), que ajude a priorizar os pontos mais relevantes:

    • Vitais (Must-win): alto alcance e alta influência.

    • Impulsionadores de Influência: pouca escala, mas alto impacto.

    • Impulsionadores de Alcance: muito volume, pouco efeito.

    • Tangenciais: baixo impacto e baixo alcance.

  4. A partir disso, analise quais comportamentos (scrolling, searching, streaming, shopping) são mais relevantes em cada estágio da jornada — que agora foi simplificada em três fases: Conhecimento, Consideração, Ação.

Para facilitar o meu entendimento, eu criei uma planilha conceitual com base nas descrições e gráficos disponíveis no site da BCG.

O que mudou?

Ano

Autor

Conceito e contribuição

2025

BCG + Google

Propõem analisar a influência de cada ponto de contato e o peso de cada comportamento, substituindo a lógica linear por uma visão mais contextual da jornada.

  • De um único funil por marca/persona → para múltiplas jornadas por comportamento
    Em vez de desenhar um funil por persona o produto, o foco passa a ser entender padrões de navegação e decisão. E desenhar quantos “funis” forem necessários, para cada padrão de consumo (ex; “Caçadores de Promoção”).

  • De um fluxo linear → para múltiplos pontos de contato
    Não se mede mais quantas pessoas avançaram de uma etapa para outra, mas sim quais pontos de contato podem ser decisivos.

  • De volume → para influência
    O objetivo não é mais ampliar o topo do funil. Agora, a prioridade é encontrar os pontos de contato de maior impacto e investir neles.

Minha opinião sobre o modelo:

Todos já percebemos que os padrões de consumo mudaram — e o modelo dos 4S ajuda a mostrar que já não basta pensar só em intenções de busca.

Já no mapa de influência, a principal contribuição, por enquanto, é a matriz de priorização dos pontos de contato. Esse conceito já permite repensar onde concentrar esforços e medir como as pessoas realmente compram — não como gostaríamos que comprassem.

Na semana passada, falamos sobre mensuração e como modelos de atribuição linear ainda têm seu valor. O mesmo vale aqui: essa abordagem não substitui o planejamento tradicional de campanhas utilizando o funil, mas adiciona uma camada estratégica útil.

PS: Obrigado a todo grupinho de nerds do marketing (Antoine, Yoko, Zaka, Pedro Campos, David Costa e Gabriel Barboza), por me ajudarem com suas visões e opiniões neste artigo!

SUA VEZ.

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